John Textor enfrenta desqualificação de seis anos no Brasil: detalhes do conflito e acusações

O dono do líder do campeonato brasileiro, Botafogo, e acionista majoritário do Crystal Palace, John Textor, enfrenta uma suspensão de seis anos no Brasil. A decisão ocorre depois que o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) rejeitou todas as acusações de manipulação de resultados contra ele. 
Textor entrou em confronto com as autoridades brasileiras depois que o Botafogo, do Eagle Football Group, desperdiçou uma grande vantagem na Série A do Brasil no ano passado, falhando em todo o segundo turno. Isso permitiu ao Palmeiras ultrapassá-los e conquistar o título. O americano de 58 anos recusou-se a admitir a derrota, alegando que a sua equipa foi vítima de decisões de arbitragem questionáveis. Para ele, o Palmeiras ganhou vantagem pela má arbitragem, principalmente no jogo decisivo entre as equipes, em novembro, quando o Palmeiras se recuperou de uma desvantagem de 3 a 0 para vencer o Botafogo por 4 a 3. 

John Textor

No final da temporada, Textor pediu ao STJD que anulasse os resultados de seis jogos da Série A, que ele disse serem “fraudados”, ou ordenasse um replay. No entanto, seu pedido foi ignorado. O tribunal recebeu um dossiê de provas da empresa francesa Good Game, especializada no uso de inteligência artificial e biomecânica para detectar manipulação de resultados. No entanto, em relatório de 52 páginas divulgado na semana passada, o auditor do STJD Mauro Marcelo de Lima Silva classificou as alegações de Textor e as provas de Good Game de “infundadas”.

O relatório também afirma que Textor denegriu injustamente a reputação de sete times, nove jogadores e nove árbitros. Como resultado, o auditor recomendou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) suspendesse Textor por 2.340 dias e multá-lo em 2 milhões de reais (cerca de US$ 370 mil). Ele também sugeriu que o caso fosse encaminhado à Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro por falsa denúncia de crimes e difamação, o que já é crime.

Textor respondeu ao relatório publicando uma refutação de 2.000 palavras em inglês e português. Em seu depoimento, questionou a objetividade de Mauro Marcelo de Lima Silva e contestou muitos pontos de sua “investigação enganosa e denúncia infundada”. Textor lembrou ainda que o auditor, cujo mandato na Justiça expirou na semana passada, já era conhecido dos torcedores do Botafogo como torcedor do Palmeiras.

De acordo com Textor, ele simplesmente queria uma “investigação séria, imparcial e justa” sobre suas alegações e negou veementemente que estivesse fazendo acusações contra um clube, jogador ou árbitro específico. Apesar de suas afirmações sobre incidentes específicos em jogos específicos, muitos estavam céticos. No entanto, o argumento de Textor de que o auditor não o entrevistou nem a ninguém da Good Game levanta questões sobre o rigor da investigação.

“Não há precedente em nenhuma sociedade civilizada para punir um denunciante que pede uma investigação, especialmente quando há alegações credíveis baseadas em depoimentos de especialistas.””Textor disse. Ele acrescentou ainda que as provas apresentadas pelo STJD também foram encaminhadas à Comissão de Combinação de Resultados do Senado e ao Ministério Público, e suas investigações estão em andamento.

Enquanto isso, após 17 rodadas do Brasileirão 2024, o Botafogo é o único líder, tendo derrotado o Palmeiras por 1 a 0 na quinta-feira. Se o Lone Star perder a liderança novamente este ano e perder o campeonato, o que Textor dirá de novo? Ele culpará novamente os outros ou admitirá que a culpa é da própria equipe?